De geração pra geração
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Quase 40 anos separam essas duas fotos.
Na primeira, eu hoje, buscando me reencontrar em minhas origens
Na última uma garotinha com sua roupinha de canguru indo visitar a casa que fora do avô, palco de tantas histórias de família.
Uma não existiria sem a outra
Muitos anos entre elas mas sempre uma certeza que um dia eu voltaria.
A primeira viagem aconteceu após um ano da perda do meu avô. Minha vó descobriu através de uma fita gravada que ele queria ser cremado e ter suas cinzas jogadas na Lage de pedra de Resende Costa, a cidade onde ele nasceu e que dá origem ao nome de sua família! Ele já havia sido enterrado então ficou decidido que a família iria toda para Resende Costa e uma missa seria rezada para ele.
E lá fomos nós…vó Maria e seus 3 filhos com as famílias.
Uma viagem inesquecível para uma criança com pontos altos na Kombi do tio com a primaiada - e choro incessante ao ter que voltar para o carro com os pais que não achavam andar de Kombi na estrada sem cinto de segurança algo muito seguro, coisa de filme (pelo menos na minha cabeça).
Uma viagem inesquecível para uma criança com pontos altos na Kombi do tio com a primaiada - e choro incessante ao ter que voltar para o carro com os pais que não achavam andar de Kombi na estrada sem cinto de segurança algo muito seguro, coisa de filme (pelo menos na minha cabeça).
Só essa viagem já daria um livro…
Eu, Pillat por parte de pai sempre fui muito mais Resende!
Nos últimos anos até reencontrei a família da vó, de origem Portuguesa (Loureiro/ Pires/ Valério), de quem herdo a aparência física. Mas ainda existia um buraco… sei lá…
Minha relação com meu avô, apesar ter sido curta em anos de vida, é fortíssima! Senti em mim a forte presença dele mesmo depois que ele se foi.
Até seu falecimento por causa de um câncer agressivo, éramos grudados. Ele me dava a gelatina vermelha e comia a verde - isso é um ato de amor, ia cedinho na feira pra comprar meu salgadinho com cheiro de chulé só pra me ver feliz no café da manhã, me sentava ao seu lado pra escutarmos seus discos… e as histórias, ah, as histórias do vô eram o melhor, aquela voz.
E quando ele se foi, conforme fui crescendo, minha avó manteve a memória dele viva e eu escutava sempre dela que eu era meu avô “escrito", uma verdadeira cópia dele.
Dele herdei uma pasta de papelão repleta de poesias! Meu avô era conto, prosa, poesia. Vô Hélio era arte!
Dele herdei uma pasta de papelão repleta de poesias! Meu avô era conto, prosa, poesia. Vô Hélio era arte!
O fato é que eu amo ler, escrever e não vivo sem música (ainda vou aprender a tocar piano, faz parte do plano pra essa vida)
Meus pais nunca me levaram ao museu e mesmo assim museus e livrarias são meus lugares favoritos no mundo. É algo inexplicável!
AMO estudar… de tudo! Tudo que me interessa vou lá pesquisar, adoro conhecer coisas, pessoas.
Mentes me fascinam mais do que corpos, me apaixono pela mente das pessoas, por suas histórias.
Da minha geração, mesmo tendo primos mais velhos, fui a primeira a me formar.
E, por isso, escutei muito que eu tinha tudo a ver com a família do meu avô. Essa família que me parecia tão distante, que eu não conhecia, só lembrava através das histórias.
Diziam que meu jeito, minha forma de ver a vida através da arte foi uma das heranças dele. De tanto ouvir, Acreditei!
Então comecei a ler… li os livros do Otto, o primo com o qual ele foi criado que foi membro da academia Brasileira de Letras. Vi muito das histórias do meu vô ali!
Lendo encontrei parte de mim. Queria mais! Queria saber sobre os que vieram antes, a história da família!
Um dia, em um almoço com Helena, falamos sobre o que faríamos em nosso aniversário (nós duas somos de fevereiro, com apenas alguns dias de diferença) e ela disse que queria viajar.
Não foi nada super planejado… foi mais um Bóra? Bóra!
E sem pensar muito escolhemos o destino… e logo depois já estávamos com reserva feita e malas prontas.
Eu nem sabia que Tiradentes era longe. Sei lá como esse destino surgiu… só surgiu.
Minas parece legal, né? Pois é… Minas… vamos pra Minas? E pronto… foi assim!
E, o principal… não fazia ideia que Resende Costa era perto
Em uma noite, planejando a viagem e vendo as cidades próximas vi… Resende Costa.
E aí vieram as lembranças. Surgiu um: Será?
Joguei pra Helena... ela topou minha loucura de ir lá e visitar essa casa, tirar umas fotos pra ter essa lembrança comigo… e tentar não parecer muito estranha por parar na frente da Câmara Municipal - que é o casarão abriga agora - e ficar tirando fotos.
E aí vieram as lembranças. Surgiu um: Será?
Joguei pra Helena... ela topou minha loucura de ir lá e visitar essa casa, tirar umas fotos pra ter essa lembrança comigo… e tentar não parecer muito estranha por parar na frente da Câmara Municipal - que é o casarão abriga agora - e ficar tirando fotos.
No final foi muito mais do que isso! Fomos super bem recebidas por um povo acolhedor que nos mostrou a casa toda, escutou a história e me deu contatos para poder continuar essa busca.
Acaso ou destino?
Tentei entender mas agora sinto que não importa
O importante é que aconteceu.
Eu estive lá novamente
E estando, senti
E sentindo percebi que não tinha mais volta
Ali não me senti sozinha! Não estava!
Ao respirar fundo naquela lage de Pedra fui abraçada e acolhida por meus ancestrais!
Ao respirar fundo naquela lage de Pedra fui abraçada e acolhida por meus ancestrais!
Duas fotos e tanto sentimento.
Apenas duas fotos e uma história de vida todinha.
A busca só começou…
Pois é vô… bem disseram que eu ia levar a história da família adiante.
Prometo tentar…. que venham mais muitas fotos, e memórias lindas a serem contadas para as futuras gerações.
* Meu agradecimento especial à Helena, que é minha amiga pra vida e entra de cabeça nas doideiras criando as melhores memórias junto comigo.
Ao pessoal da Câmara Municipal de Resende Costa que sem nunca ter me visto na vida me levou pra conhecer a casa, escutou a história e me disse quem poderia saber mais sobre ela
Ao André (que foi indicado pelo pessoal da Câmara) e que me forneceu contatos com possíveis parentes para tentar entender mais sobre essa História de família.
Prometo tentar…. que venham mais muitas fotos, e memórias lindas a serem contadas para as futuras gerações.
* Meu agradecimento especial à Helena, que é minha amiga pra vida e entra de cabeça nas doideiras criando as melhores memórias junto comigo.
Ao pessoal da Câmara Municipal de Resende Costa que sem nunca ter me visto na vida me levou pra conhecer a casa, escutou a história e me disse quem poderia saber mais sobre ela
Ao André (que foi indicado pelo pessoal da Câmara) e que me forneceu contatos com possíveis parentes para tentar entender mais sobre essa História de família.